sábado, 21 de novembro de 2009

HISTÓRIA DO ANGLICANISMO


Não se sabe exatamente quando o cristianismo se estabeleceu nas Ilhas Britânicas, mas é certo que já existia antes do século III, possivelmente a partir de missionários fugidos das perseguições às quais os primeiros cristãos estavam sujeitos. Os primeiros registros da presença cristã naquela região foram feitos pelo historiador e escritor Tertuliano, no ano de 208 d.C. Mais tarde, no concílio de Arles, realizado em 314 d.C. na França, compareceram três bispos de uma Igreja que existia na Inglaterra sem o conhecimento da Igreja Romana.

A primeira Igreja Cristã organizada nas Ilhas Britânicas é a Igreja Celta. O povo Celta já habitava esta região antes mesmo da invasão anglo-saxônica. Esta Igreja, resistindo ao paganismo destes invasores, conseguiu manter uma Igreja Cristã independente, com organização monástica e tribal, sem nenhuma relação com a Igreja de Roma ou qualquer outra, embora mostrasse alguns hábitos e costumes orientais.

No ano de 595 d.C., o Papa Gregório I, também conhecido como Gregório Magno, o Grande, mandou uma comissão de monges, chefiada pelo monge Agostinho, prior do Convento de Santo André, na Cecília, para converter a Inglaterra ao Catolicismo. Agostinho foi o primeiro arcebispo de Cantuária, figura centralizadora da Comunhão Anglicana, e passou a ser conhecido como Agostinho de Cantuária. Boa parte dos costumes celtas cederam à dominante forma romana e latina do cristianismo ocidental.

Em 1534, a Igreja da Inglaterra (Anglicana) se separou em definitivo da Igreja Católica Romana, por iniciativa do rei Henrique VIII, valendo-se da questão com o Papa Clemente VII, relacionada com o pedido de anulação de seu casamento com Catarina de Aragão.

Esta separação, não obstante tenha acontecido por interesses pessoais e políticos, era um velho sonho da Igreja da Inglaterra, que nunca tinha aceito plenamente a dominação Romana. Não se pode, portanto, atribuir a Henrique VIII o título de fundador da Igreja Anglicana. Este processo de separação, em meio à Reforma Protestante, não marcava o surgimento de uma nova Igreja, mas sim a alforria definitiva de uma Igreja Cristã que se desenvolvia desde o século III de nossa era.

ANGLICANISMO NO BRASIL

O primeiro templo cristão construído por protestantes no Brasil foi da Igreja Anglicana, sendo também o primeiro na América do Sul, construído no Rio de Janeiro. Isto foi possível em 1810, devido um acordo de comércio entre Portugal e a Inglaterra, no qual estava previsto a liberdade de os anglicanos construírem suas capelas em território brasileiro.

A princípio os anglicanos residentes no Brasil reuniam-se em residências e navios ingleses para realizarem seus cultos, antes da liberdade de construir capelas. Porém, as capelas não poderiam ter aspecto de templo e deveriam parecer uma casa comum, sendo proibido construir torres e ter sinos. Essas primeiras capelas ficaram subordinadas à Igreja da Inglaterra e eram somente para atender ingleses. Foram construídas capelas em São Paulo, Santos, Rio de Janeiro, Belém e Recife.

Aproximadamente nos anos 1860 houve a tentativa de se implantar a igreja anglicana voltada para o povo brasileiro. Para isso o missionário estadunidense Rev. Richard Holden tentou abrir a primeira missão em Belém do Pará, e depois em Salvador da Bahia, mas essas tentativa foram frustradas. Em 1890 missionários estadunidenses, egressos do Seminário de Virgínia, chegaram ao Rio Grande do Sul, onde estabeleceram as primeiras comunidades brasileiras. Em 1º de junho de 1890, James Watson Morrir e Lucien Lee Kinsolving realizam, na cidade de Porto Alegre, o primeiro ofício religioso do que se chamou na época, Igreja Protestante Episcopal no Sul dos Estados Unidos do Brasil, que foi o primeiro nome da Igreja Anglicana em terras brasileiras. Depois passou a se chamar Igreja Episcopal Brasileira, Igreja Episcopal do Brasil e ultimamente Igreja Episcopal Anglicana do Brasil.

A partir da década de 1990, a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil começou a ter problemas internos, por razões semelhantes às ocorridas nos Estados Unidos — confronto entre liberalismo e ortodoxia —, e foi a essa altura que as Igrejas Anglicanas Independentes começaram a chegar no Brasil. Assim, as divisões no Anglicanismo aconteceram como em todas as outras denominações cristãs.

IGREJA EPISCOPAL DO EVANGELHO PLENO

A Igreja Episcopal do Evangelho Pleno (IEEP) foi organizada em 02 de janeiro de 1997, na cidade de Taboão da Serra-SP, como uma Igreja Cristã Independente sob a liderança do então Rev. Josué Souza Torres. No ano de 2005 a Igreja abraça o anglicanismo, sendo que em 15 de janeiro de 2006 Dom Josué recebe o episcopado em Sucessão Apostólica pela Comunhão Anglicana Independente (à época com sede na Inglaterra).

Hoje, além de sua sede (Catedral) em Taboão da Serra, a IEEP possui uma Missão em Belo Horizonte-MG e Pontos Missionários em São Paulo-SP, Embu da Artes-SP e Januária-MG. Importante é o fato de que a IEEP é uma Igreja Anglicana continuante, isto é, sem vínculos com a Sé de Cantuária ou com a sua representante no Brasil. No entanto, somos filiados à Fellowship of Confessing Anglicans (Fraternidade dos Anglicanos Confessantes) com sede na Inglaterra.

EM RESUMO:

Pelo exposto, compreendemos que os anglicanos são ao mesmo tempo: católicos (conectados à Igreja de Cristo espalhada por toda a terra), apostólicos (com legítima Sucessão histórica) e reformados (acolhem os ensinos básicos da Reforma Religiosa do Século XVI). São, portanto, uma espécie de síntese do Cristianismo ecumênico.




Fontes pesquisadas:

- http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Anglicana (Acesso em 21/11/09)
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Anglicana_no_Brasil (Acesso em 21/11/09)
- Dom Josué Souza Torres, Bispo Primaz da IEEP